Episódio 1, Saving.Species - Episode 1, Salvar Espécies
O primeiro programa questiona se existe realmente uma crise de extinção enfrentada por certas espécies. Alastair Fothergill, o produtor da série documental "Planeta Terras" admite que teve uma experiência agridoce ao fazer a série, pois algumas criaturas foram filmadas sabendo-se à partida que sua existência encontra-se ameaçada. David Attenborough acredita que a conservação do mundo natural é algo que pode unir a Humanidade se as pessoas souberem o suficiente sobre o assunto. O operador de câmara, Martyn Colbeck, conta-nos que todos os dias, durante a sua visita de seis semanas a África, para filmar "Selvas", ele e a sua equipa foram acordados pelo som de disparos. A caça furtiva pode dizimar rapidamente uma população, e David Greer da WWF explica que em 2005, a sua
equipa consfiscou 70 armas nesta área, um aumento de 700% desde 1999. Outros animais em risco incluem o ibex-walia, o leopardo-das-neves, o boto e o antílope-saiga. O ataque de um urso polar a uma colónia de morsas em terra em "Mundos de Gelo", foi uma acontecimento raro. São ainda exibidas imagens de um especial da vida selvagem da BBC obtidas há 10 anos que mostram ursos a caçar presas mais pequenas sobre o gelo. Sempre houve extinção de espécies, mas agora, o telespectador é informado de que o ritmo de extinção está a acelerar e irá "atingir proporções bíblicas dentro de algumas décadas". A Humanidade é encorajada a respeitar a biodiversidade: estima-se que se fosse atribuído um valor monetário a tudo aquilo que os ecossistemas do mundo fazem pela Humanidade, o valor ascenderia a cerca de 30 biliões de dólares.
Episódio 2, Em Território Selvagem - Episode 2, Into The Wilderness
A segunda parte olha para a potencial influência do Homem sobre as áreas selvagens do planeta. À medida que a população humana aumenta, apenas um quarto da superfície terrestre da Terra permanece inabitada (para além da Antárctida). Apesar de 12% dessa superfície estar protegida, isso pode ser suficiente, desde que esses locais não sejam apenas recintos fechados e que as zonas limítrofes sejam geridas. As montanhas Simien, na Etiópia, estão a ser cada vez mais utilizadas para terrenos agrícolas e este exemplo leva-nos à questão do excesso de população. Alguns dos entrevistados argumentam que não se trata apenas de uma questão de números, a forma como os humanos consomem os seus recursos, também é importante. Contudo, há quem acredite que o mundo seria muito mais sustentável se o nível populacional fosse reduzido para cerca de metade do seu nível actual. Jonathon Porrit acredita que isto poderia ser feito de forma simples, através de uma boa educação sobre planeamento familiar. O consumo de água potável também é sublinhado. Existem hoje mais 40 mil barragens do que em 1950. A controvérsia sobre a exploração petrolífera no Refúgio Nacional de Vida Selvagem do Árctico é debatida por ambos os lados da barricada. O tema da biofilia também é abordado, e David Attenborough acredita que o amor inato de uma criança pela vida selvagem, perde-se na idade adulta. A Costa Rica dá-nos uma resposta para a desflorestação, país em que os agricultores são pagos para devolverem as suas pastagens à floresta, pelos seus serviços hídricos. O programa também fala das alterações climáticas, que ocorrem actualmente a um ritmo mais rápido do que nunca.
Episódio 3, viver em conjunto - Episode 3, Living Together
O último programa aborda o futuro da conservação. Começa por olhar para os esforços anteriores. A campanha "Salvem as Baleias", que começou na década de 1960, parece ter tido um impacto limitado, uma vez que a caça às baleias continua, e as reservas de peixe estão em declínio. Nos anos 90, como chefe do Serviço de Vida Selvagem do Quénia, Richard Leakey, atacou o problema da caça ilegal, criando unidades armadas. Apesar de ter tido sucesso no salvamento dos elefantes, a medida prejudicou o povo Masai, que foi obrigado a sair das suas terras. Questiona-se a necessidade de "áreas fortalezas", dando-se como exemplo a recente descoberta do recife de coral de Raja Ampat, na Indonésia. Quanto mais turismo gerarem, maior é o potencial de destruição, para além da inevitável construção nas zonas costeiras. O desenvolvimento sustentável é visto como um assunto controverso, e um dos entrevistados vê-o como "uma contradição", tal como está definido actualmente. A caça desportiva também é tema de debate. Aqueles que a defendem, afirmam que gera riqueza para as economias locais, enquanto os que se opõem a ela, apontam par a redução no número de espécies como o markhor. O ecoturismo é apresentado como algo benéfico, já que é do interesse dos seus promotores proteger os seus ambientes. Porém, em certas áreas, como as florestas tropicais do Bornéu, a grande diversidade de espécies está a ser substituída por monoculturas. O papel da religião e da comunicação social na conservação é considerado de extrema importância. Os intervenientes no programa admitem um certo grau de preocupação relativamente ao futuro, mas também de optimismo.