O programa baseou-se nos resultados do último ranking do PISA (2009) para escolher os locais retratados. Xangai, a número um do mundo; Finlândia, o número três; e Coreia do Sul, o número cinco; além do Chile, o melhor colocado da América Latina, e do Canadá, que, com sua política de imigração integradora, se mantém entre os sete melhores. Embora apontado como um dos que mais evoluíram na última década, o Brasil ocupa a 53ª colocação."
"Xangai até parece um país. Por lá vivem 20 milhões de pessoas. Os números também impressionam no PISA. Uma das províncias mais desenvolvidas da China levou a melhor nota na última avaliação. Com liberdade para inovar e adaptar as rígidas regras do governo, Xangai tem conseguido oferecer uma educação de qualidade excepcional para os seus alunos. Inclusive para os migrantes. E luta para fazer com que seus estudantes sejam cada vez mais formuladores, e não repetidores. Nesse episódio, vamos conhecer estudantes nota 10, pais exigentes, professores pra lá de qualificados. Por lá, a dedicação ao ensino é tão levada a sério que o Estado precisou criar leis e limitar as horas de estudo em casa. Tanto esforço tem bases históricas e culturais: vamos tentar entender o quanto a ênfase nos exames como mecanismo de ascensão social ao longo da história é um fato decisivo na prioridade das famílias à educação. Quem pensa que os professores aposentados querem distância das salas de aula, engana-se. Na nova etapa da vida, eles se tornam tutores. E isso faz tanta diferença quanto as melhores escolas se responsabilizarem pelas piores. Projetos inovadores como este se multiplicam. No lugar onde o mundo aprendeu a se orientar pela bússola, a valorizar a tradição, a cultura, vamos tentar aprender um pouco sobre a arte de transmitir conhecimentos."
"Papai Noel até tentou tirar a Finlândia do anonimato. Mas a região ganhou fama mesmo pela qualidade de ensino. Ali, professor para entrar em sala tem no mínimo mestrado e com a qualificação elevada veio a autonomia. O princípio de liberdade foi estendido aos alunos do ensino médio. Sim, eles escolhem o que aprender. O mais incrível é que eles gostam de aprender. A leitura é um dos passatempos preferidos dessa turma. Durante o ano, os estudantes vão cerca de 12 vezes à biblioteca. E o tempo em sala de aula não é exageradamente grande, sobra tempo pra muitas atividades... Como a Finlândia se tornou modelo de ensino para todas as nações? Atrás de respostas, o programa vai quebrar o gelo e discutir o tema com especialistas no assunto. Mas o mais importante: o espectador irá frequentar os corredores das escolas, acompanhar o dia a dia dos alunos, os seus sonhos, perspectivas e o trabalho dos educadores para manter um ensino nota 10. O papel das políticas públicas, e o papel da família também ganham destaque. Como o governo conseguiu a difícil tarefa de igualar a qualidade do ensino? Por lá, nenhum aluno fica para trás e a diferença entre as piores e as melhores escolas é mínima. Existe receita para isso? Por que a profissão de professor é a mais desejada pelos jovens, mesmo sem oferecer os salários mais altos da região? E aos melhores profissionais cabe a tarefa de trabalhar nas piores escolas. Por quê? Como eles encaram isso? Por último, a pergunta que não quer calar: quais as lições que o mundo pode aprender com os finlandeses apesar de ser um país tão diferente?"
"Desde o primeiro PISA, o Chile serve de exemplo para a América Latina. Por lá, o ministro da Educação é uma das autoridades de mais prestígio e costuma ser nome forte para disputar as eleições presidenciais. Já a nota no PISA cresce, de forma consistente, desde 2000 e professor exemplar é transferido para escolas de baixo rendimento. Para entender como o país passou a liderar a educação no continente, o programa vai atravessar o portão da escola. E irá acompanhar de perto a rotina de estudantes e educadores. O espectador vai vivenciar essa história por meio do olhar de seus envolvidos. Especialistas vão apontar os acertos e o que vem mudando e o que pode mudar com os novos acordos e medidas do Estado, levantar dúvidas, mostrar se os bons salários, a premiação por desempenho, a constante avaliação do ensino e a participação da família realmente influenciaram na nota final do PISA. Os acertos e erros nesse trajeto escolar também vão ter destaque. Afinal, como diminuir as diferenças entre o aprendizado dos alunos do campo e da cidade? O que o governo tem feito para se aproximar dos índices finlandeses? O que precisa mudar? Qual a tendência para o futuro? Vamos mostrar a opinião dos estudantes e professores sobre a evolução do ensino. Com os pais e educadores tentaremos entender as diferenças entre as escolas particulares subvencionadas e as públicas. No Chile, discutir o ensino parece ser trabalho em grupo, tarefa coletiva. Tão importante quanto era para Neruda repartir o pão e o vinho."
"Primeiro o domínio japonês. E o povo superou o desafio. Depois da Segunda Guerra, os conflitos com o norte. Mais uma vez, a volta por cima. No início da década de 60, a Coréia era tão desenvolvida quanto o Afeganistão de hoje, segundo Andreas Schleicher. Se o assunto é superação, pulemos para 2010. Em apenas meio século, este mesmo país se torna um exemplo de desenvolvimento econômico e social. No último PISA, aparece com uma das melhores notas. Descobrir como a educação de qualidade se tornou uma marca da sociedade coreana é, sem dúvida, uma missão. E das mais interessantes. Descobrir o quanto podemos aprender e nos inspirar em uma cultura tão diferente é outro desafio. O programa terá como um dos protagonistas os alunos. Por meio do olhar deles, quem está em casa irá conhecer a rotina de 8 horas na escola, as tarefas de casa, a competição em sala de aula, a rigorosa disciplina e o uso da tecnologia como aliada no aprendizado. Nesse enredo, os professores muito respeitados, bem preparados e avaliados periodicamente também entram em cena, ao lado dos pais. E em especial das mães. Sim, elas têm papel importante na formação dos filhos e costumam visitar a escola de 4 a 5 vezes por ano. Para pagar o reforço escolar, fazem inclusive empréstimos. Tanta dedicação tem um preço alto. Chegam a admitir castigos físicos em sala de aula. Mas até onde se deve ir para melhorar o aprendizado? Será que a Coréia está formando adultos ricos e conscientes em conhecimento? Ou apenas profissionais qualificados e exportando mão de obra? Onde entra todo o humanismo de Confúcio nisso?"
"É mesmo difícil ocupar quase 10 milhões de Km2. Talvez por isso, enquanto a maioria dos países desenvolvidos fechou suas portas para os imigrantes, o Canadá sempre esteve de braços abertos. Mas não para qualquer um. Na última década, o governo vem concedendo aos estrangeiros com qualificação quase todos os direitos conquistados pelos canadenses. Incluindo ensino de qualidade para seus filhos. Uma forma de compensar a carência por profissionais especializados, especialmente por conta do envelhecimento da população e baixa taxa de natalidade. Num país com duas línguas oficiais e sem Ministério da Educação, pais de alunos estrangeiros falam se o sistema é mesmo universal e avaliam o desempenho de seus rebentos, não muito diferente dos estudantes com certidão de nascimento canadense. Especialistas discutem qual o impacto de uma política de educação descentralizada. Por lá, o que cada província decide com relação a orçamento e currículo é lei. Uma delas é a obrigatoriedade de estudar por pelo menos dez anos em grande parte do território. Falam ainda sobre monitoramento e nivelamento do desempenho das escolas, a cooperação entre elas e sobre a fórmula de incentivar as com baixo rendimento, sem castigo nem palmatória. Será que tudo isso ajudou o país a ficar entre os mais bem colocados em todas as edições do PISA e em outras avaliações internacionais? O espectador vai acompanhar de perto como se tornar professor no Canadá pode ser tão difícil quanto enfrentar o seu inverno rigoroso, apesar de ganharem salários acima da média nacional. E se essas restrições mudam a arte de ensinar e aprender. A partir do dia-a-dia de jovens estudantes canadenses, vai ser possível avaliar o papel da família e se vale mesmo a pena passar mais tempo dentro da sala de aula do que fora dela."
"O Brasil entrou com o pé direito no século XXI para deixar de ser só uma promessa. Fortalecimento da moeda, queda da inflação, aumento das exportações viraram manchetes de jornais. Mas qual a relação entre este período de bons resultados na economia e melhorias efetivas em termos de educação? Como o líder econômico e político da América Latina pode virar também uma referência em educação? O Brasil ainda não passou no teste, mas se a transformação está a caminho, iremos mostrar os bons passos dados na direção certa. E a partir daí ajudar a entender melhor como cada um dos alunos brasileiros poderá ter uma educação realmente de qualidade."
"Vamos começar com uma pergunta: como fazer para a educação de qualidade chegar a todas as crianças? Para responder, nada melhor do que quem vive o dia-a-dia da educação nos países que são exemplo em educação. Vamos entrar na sala de aula, nos aproximar dos alunos, falar com os professores, ir até a casa dos estudantes para mostrar sua rotina de estudos e conversar com seus pais. Tudo para entender como em cenários tão distintos quanto a Finlândia, a Coréia, o Chile, Xangai, o Canadá e o Brasil a educação chega até quem mais interessa. O aluno. Todo aluno. Qual a preocupação dos governos com o ensino? O que eles têm feito? E como isso se percebe na realidade e no aprendizado destes alunos? Como valorizar e capacitar o elemento-chave nesse processo, o professor? Como lidar com os sindicatos e a qualidade da educação? Quem são as pessoas que estão por trás dos bons resultados do PISA? A família tem realmente papel decisivo na educação? Por quê? Vale tudo para melhorar a aprendizagem? Qual o limite?"