O que fica sugerido, então, é que o discurso supostamente pacifista apenas encobre precariamente os fuzis em punho. O contraste desse módulo com o terceiro deixa clara a editorialização do filme. A abordagem dos curdos, agradecidos pela ocupação estadunidense, é simpática e lírica, dominada por acolhedoras imagens de pôr-do-sol. Aliviados com o fim da opressão de Saddam, os curdos parecem ordeiros, democráticos e conformados (“Deus está sempre com os vencedores”, diz um homem). Essa estrutura aparentemente “natural” de problema-ruptura-conciliação não deixa de ser um tanto manipulativa. De qualquer forma, a força do filme está em mostrar que, num Iraque mais dividido do que nunca, os velhos conflitos se perpetuam nos bastidores dos novos."