O documentário abre com declarações de governantes gregos, do ditador Georgios Papadopoulos ao actual primeiro-ministro George Papandreou. Pelo meio tem a palavra Dominique Strauss-Kahn, presidente do FMI, que se assumiu como um “médico” para os gregos. O foco muda depois para o prelúdio da recente crise económica global e as suas origens na década de 1970. As críticas ao sistema neoliberal e a uma União Europeia desigual e perseguidora dos países periféricos vão pontuando a trama ao longo do filme, ao mesmo tempo que se vão denunciando os responsáveis pela dívida pública grega.
Várias figuras importantes da cena política e sócio-economica são entrevistadas, tal como David Harvey, geógrafo e teórico social, Hugo Arias, Presidente do Comité de Análise da Dívida do Equador, Samir Amin, economista, Gerard Dumenil, economista, Éric Toussaint, presidente do Comité pela anulação da dívida do terceiro mundo, Costas Lapavitsas, economista, Alain Badiou, filósofo, Manolis Glezos, membro da Resistência grega e histórico militante da esquerda, Avi Lewis, jornalista e realizador, Fernando Solanas, realizador, e muitos outros.
“Debtocracy” traça paralelos claros entre a crise económica argentina de 1999-2002 e a actual crise económica na Grécia. Além disso, o documentário sugere o caso do Equador como exemplo de uma reacção governamental alternativa ao FMI e ao Banco Mundial - uma solução sensível à justiça social e que proteja as pessoas do pagamento de um empréstimo do qual não beneficiaram. Uma das soluções apontadas para a crise grega é então a formação de uma comissão para a auditoria da dívida, tal como o Equador fez. Se a análise revelar que se trata afinal de uma dívida odiosa, então os cidadãos não poderão ser obrigados a pagá-la e por isso aquela deverá ser eliminada."